Con(viver)
Às vezes meu coração pára, como um solavanco, uma taquicardia, o medo vem me visitar traiçoeiro, às vezes eu não consigo continuar.
Mas de certa forma são os medos de sempre, porém, de certa maneira, transformados, agora, se você cometer um desses atos que eu tanto tenho medo, você não está me fazendo mal de verdade, ao mesmo tempo, que será mais fácil ainda você cometer, já que nada te segura, te impede, nenhum compromisso.
Eu convivia com esses medos, eu não quero mais ter que viver com eles.
Será que mesmo depois de toda a desgraça (a prevista ou não) se ela acontecer… eu estou aqui, tratando do hipotético do hipotético.
E para eu parar de sofrer, eu preciso te deixar ir, eu preciso acreditar que você nunca mais irá voltar, porque eu não sei lidar com isso. Eu não sei.
Às vezes, eu não consigo acreditar, parece um sonho temporal no qual eu fiquei presa e de repente um dia eu vou acordar, outras vezes eu acho que era isso o que eu mais precisava por todo esse tempo.
Não seria traição, mas eu sempre iria me perguntar, por que?
E tentar descobrir o que isso significa;
Talvez eu não fosse nunca e capaz e jamais apta para sobreviver e lidar com essa dúvida.
E talvez nunca tivesse as entranhas para escutar e saber de vez. E lidar.
Então nós estamos fadados a esse círculo de dúvidas e desconfianças, e eu não quero mais aceitar isso na minha vida,
Esse sofrimento prévio, esse sofrimento pelos outros, esse problema que me atinge tanto, que me destrói,
Eu nunca vou poder te aceitar de volta, porque não vou querer entrar de novo nesse círculo vicioso das dúvidas (das suas dúvidas), e esse seu novo você, terá todo um passado, que eu vou continuar desconhecendo. Que continuará me machucando.
Porque se fosse pra ter sido você, então a gente não teria nunca chegado ao nosso fim, e eu sempre iria saber e sentir, confiança, amor, calma, paz.
Se fosse pra ser, eu ia saber, e a única coisa que eu sabia, é que não era você.
Por mais que eu quisesse.
Isadora Mello (2018)
Créditos da Imagem: Weheartit