Cenho
Eu vou te contar porque parei de andar (pelo menos para frente)
eu vejo seus olhos tão claros e seu cenho franzido escuro e o que eu mais quero é me apaixonar por você
Você não é tão alto ou tão forte, tem orelha pequena, voz estranha e nariz de batatinha,
mas eu ainda quero amar você
Tem fotos suas desastrosas e eu tenho aflição da sua insegurança,
a timidez que te faz estúpido
porque uma parcela de gente diz que você é imbecil mesmo (ou pelo menos me faz acreditar)
e outra diz que é só sua timidez
Eu nem sei em quem acreditar, vai que é gente que não quer que nós demos certo
O que eles ganham com isso? A gente daria certo por nós, mesmo sem eles?
eu nem sei o que eu acho disso porque eu costumo ver de menos, ou, mais frequentemente, ver demais,
e nunca se trata da face da realidade.
Mas você nunca fez nada para eu pensar que seria correspondida, e é aí a questão,
será que eu gostaria mesmo de ser correspondida?
Quantas impressões que mudaram, sei que não desperdicei tempo,
escrevi quando me era favorável, tenho rascuhos perdidos em cadernos e detalhes na mente que estou um pouco apreensiva em revisar
naquele extremo de pensar que possso estragar alguma coisa
Impressões mudaram porque eu cresci com elas,
me acostumei com outras,
aprendi ou não tenho mais contato.
alterno em tempos
Minhas respostas não são as mesmas
(nem mesmo são as mesmas perguntas)
Isadora Mello, 2012
Créditos da Imagem: Weheartit