Versículos
Sentimentos perdem suas faces.
Do cobre se desprendem
E nuas se divertem.
Pureza maleável, sapecagem difamável.
Não há ninguém que controle aquela mulher.
Que perdeu seus versículos,
soltou os cabelos e os espartilhos.
Ninguém segura aquela mulher,
Selvagem crina de cavalo,
o vento ao seu percalço,
estrada sem fim.
Olhou o destino torto,
contornou o morro e decidiu por fim,
que não há caminho certo,
futuro belo e algo pronto enfim.
E que de brincadeira vive a fada de jardim,
Ninfa dona da verdade,
desejo de liberdade e ponta de loucura.
Eu invejo o teu poder de cura,
de ver a vida e esperar de si,
Traçar o destino à sua maneira,
criar e escolher a opção.
Eu te invejo, por ser inconstante,
O seu traçado que pinta o seu destino,
não depende de nenhum palpite,
não se compromete com o que vão dizer.
Você se segue e decide o passo,
você é livre como pássaro,
No seu trajeto vai muda de ideias,
mas prossegue sempre sendo a mesma mulher.
E em variação da mente e corpo,
seu coração é o poder.
Isadora Mello (2014)
Créditos da Imagem: Bella Kotak